Mudanças

Arc de Triomf

Hoje sentada no parque a apanhar sol assaltou-me um pensamento que me minou o resto do dia: “Para a semana tenho de…para a semana ainda não tenho aulas…então…então nada. Para a semana não tenho nada marcado.” E pronto apoderou-se de mim um pânico da inutilidade e só conseguia pensar que queria reuniões da Pastoral, do Creu, dos Campinácios, compromissos, Rondas, avaliações de Campos, projecções de ano…qualquer coisa, que me dessem qualquer coisa para a fazer.

As mudanças de ritmo custam muito e quando se têm rotinas entranhadas a passagem pode custar ainda mais. Senti-me como nos primeiros dias duns Exercícios Espirituais, naqueles momentos em que o silêncio e a calma agonizam mais do que pacificam isto porque o coração ainda não está onde o corpo já chegou.

Nestes momentos é sempre preciso dar Graças pelo que temos,mesmo que ainda não o reconheçamos como bom. E de facto estava em Barcelona, num banco de um jardim, num belo dia de sol, com uma semana inteira pela frente e uma cidade nova para conhecer. 

Foi isto que escolhi para mim, afastar-me, conhecer uma forma diferente de estar, de ensinar, de viver. Sabia que estes momentos iam chegar porque de facto nunca estive assim, tão “pouco comprometida” mas estava sobretudo curiosa por isto, por descobrir o que sobrava de mim para além de tudo o que fazia.

E enquanto o pânico me percorria toda, como uma tomada de consciência do que me esperava daí para a frente, o despertador tocou, e afinal, há compromissos que em qualquer parte do mundo não falham,como os que temos com os amigos e estava na hora de ir à Missa.