sexta-feira, 14 de maio de 2010

lugares de beleza




"Fazei coisas belas, mas sobretudo tornai as vossas vidas lugares de beleza". 


Bento XVI, in discurso no"Encontro com o mundo da cultura" no CCB

domingo, 9 de maio de 2010

O presente é tão grande...


Mãos dadas

Não serei o poeta de um mundo caduco.

Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.

O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.


Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,

não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.


O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,

a vida presente.

         Carlos Drummond de Andrade

quarta-feira, 5 de maio de 2010

de corpo inteiro...




Para mim estar " de corpo inteiro"  onde estou e no que estou a fazer é um exercício constante, como tudo com a prática torna-se mais fácil. Este ano tenho exercitado bastante e é coisa que continuarei a fazer. Encontro grandes frutos sempre que consigo ser eu, toda.

ReConhecer


Estar aqui retirada tem uma vantagem enorme que é a de receber pessoas, amigos, com quem normalmente estou em grupos maiores e recebê-los bem. Com tempo, qualidade, a sós. E tem sido mesmo engraçado todos os "Re´s" que isso me trás. Redescobris, reconhecer...
O pior que podemos fazer é deixar de dar a uma pessoa espaço para isso, limitarmos o outro às imagens passadas. Estamos em constante mutaçao mas muitas vezes precisamos que nos dêm espaços para a pôr em prática, precisamos também que o outro nos dê oportunidade para mudar a seus olhos.
Desta vez foi o Diogo que me veio encher da sua alegria contagiante, da sua energia, da sua ternura. E soube tao bem...

terça-feira, 4 de maio de 2010

5 tostões a quem adivinhar quem é

“L’Auberge Espagnole”



encontrei esta foto...é de mim ou está parecida?


Finalmente no outro dia juntamo-nos alguns para fazer o que desde que cá chegámos queríamos fazer. O clássico: “- temos mesmo de fazer isto” e depois…passaram-se 8 meses desde que disse isto pela primeira vez.

Mas então, vimos o filme “L’Auberge Espagnole” e teve a sua graça…  Teve graça ver os locais, Urquinaona que nas primeiras semanas nem sabíamos pronunciar e que agora soa ao mesmo que Trindade. As ruas que do Bairro Gótico de que nos queixamos sempre, do lixo, do cheiro a chichi mas a que nunca deixámos de ir e sentar no chão nojento porque é O Bairro. A parte da confusão com as papeladas também está muitíssimo bem retratada, ainda hoje não tenho o meu cartão de estudante, puff. E alguns dos sentimentos, principalmente o de estranheza do inicio, do local novo, desconhecido e que sinto agora de novo no final ao perceber que esta vai deixar de ser a nossa, a minha cidade. Barcelona entranha-se muito. É uma forma de estar, multicultural, aberta, reivindicativa. Festiva mas comprometida.

Hoje está muito dispersa a minha escrita, mas tanto tempo sem escrever…. Bem tudo isto para partilhar que este filme me irritou mais que agradou, me irritou porque para além de me ter puxado a ponta de nostalgia que eu não queria que aparecesse, não já. Mais que isso deu uma visão de Erasmus com uma conotação super sexual. No fundo é apenas mais um exemplo de como os modelos que a "cultura mercantilista" nos passa são de facto vazios e superficiais. Agradeço muito os bons modelos que tive, de pessoas que sabem estar, ser calorosas, divertidas mas que principalmente se adaptam aos diferentes ambientes em que estão sem deixarem de ser fieis a si mesmas, sem se venderem.

o regresso para o fim

vista do Botânico para o MNAC




O trabalho aumenta e o dia também, é verdade, mas não sei porquê, há sempre tanto para fazer que passo bem menos aqui do que gostaria. Ultimamente tenho me apercebido de tantas coisas assim na minha vida, das que faço pouco e gostaria de fazer mais, das que faço demais e gostaria de não fazer.

É, ultimamente ando mais pensativa que o normal, que de si já é mais do que gostaria. Não sei se será o final que se aproxima e me impõe que comece a olhar para trás, para tudo que passou tão rápido. Ou isso, ou o simples facto de ter encontrado a Catarina que me proporciona bons momentos e boas conversas.
A Catarina e eu por altura do Natal encontrámo-nos à saída do Creu e com um simples “- Há tanto que não te via..” descobrimos que estávamos as duas a viver este ano em Barcelona e a partir daí temos feito bom uso disso. Gosto dela e faz-me bem. A energia dela, as semelhanças que vamos descobrindo na maneira como vivemos esta experiência toda… Ajuda-me a integrar muito do que vou sentindo, ajuda-me a sentir normal com o que sinto.

Sempre senti que esse era um dos grandes dons da partilha, fazer-nos sair de nós e descobrir o que temos em comum e no fundo sentirmo-nos comuns e não aves raras, é muitas vezes do que precisamos.
Enfim, tanta conversa para dizer que de facto, regressei para o fim e tenho de me começar a habituar a essa ideia.


quinta-feira, 18 de março de 2010

update das classes de desenho


Eva & Maury


Ana, pela própria

terça-feira, 16 de março de 2010

conhecimento...




Este semestre tenho UC´s mesmo interessantes, nem todas bem dadas, mas temas interessantes. Uma delas, dá-se pelo nome de "Optimizacio Prosocial" sendo que por "prosocialidad" se entendem "aqueles comportamentos que sem buscarem recompensas externas, extrínsecas ou materiais, favorecem a outras pessoas segundo o critério destas, e aumentam a probabilidade de gerar uma reciprocidade positiva, de qualidade e solidária nas relações interpessoais melhorando a identidade, autonomia, creatividade das pessoas implicadas" 
Ora antes de conhecer esta designação "pomposa" o meu nome para a mesma definição seria o de "amor gratuito", e encaixava perfeitamente.

É curioso perceber que o conhecimento pode ter várias abordagens, Científico, Filosófico, Religioso... todas elas bastante diferentes mas que trabalhando sobre estímulos de um mesmo campo se cruzam muitas vezes em limites difíceis de reconhecer.
É um erro, a meu ver, que qualquer uma destas formas de conhecer negue, no seu processo, o legado das outras. Resultará numa incompletude alheada da realidade do Ser Humano que inegavelmente se reveste de todas elas. Quanto a esta questão, o que me descansa é ir conhecendo profissionais das várias àreas, que conscientes disto criam diálogos abertos, ecléticos.
Se por um lado é importante a consciência das fronteiras, por outro a negação do que está para lá delas só nos empobrece.
Se de facto agora se fala tanto de Psicologia Positiva e desta "prosocialidade" já muito antes alguém escreveu


"O amor é paciente,
o amor é prestável,
não é invejoso,
não é arrogante nem orgulhoso,
nada faz de inconveniente,
não procura o seu próprio interesse,
não se irrita nem guarda ressentimento.
Não se alegra com a injustiça,
mas rejubila com a verdade.
Tudo desculpa, tudo crê,
tudo espera, tudo suporta..."

1 Cor 13, 4-7

Foto Reportagem



a caminho do Carnaval de Sitges


Sitges


visita da Rita


Rita


visita da Di e da Diva , dia em Manresa


visita das antigas roomies, Jihane


Feira Medieval em Manresa


Feira Medieval


no dia em que nevou, Anne


Parc Güell


à procura de problemas sociais para foto reportar, Raval

noite na Fuente Mágica, Montjuic


Fuente Mágica

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

classes de dibuix IV





Imagine-se lá que a nossa nova companheira de casa estuda Ensino da Arte. Parece que afinal as minhas aulas de desenho não terminam no final deste curso. Fica aqui o último desenho, A2 ainda carvão.

férias & despedidas


1º dizer que estou de férias e feliz por isso!!! foi um mês complicado, em que principalmente senti que não me podia deixar levar pelo stress, pelo mau-humor, por nada que me perturbasse, como normalmente faço quando tenho as pessoas certas por perto... isso e ver as pessoas partirem...
Acho uma certa graça à facilidade com que as pessoas me tocam, sim, não é preciso nada, mesmo nada de especial, acho mesmo que basta serem e isso mexe comigo e muda-me. Gosto disso, de não ser indiferente.
Claro que de todas as pessoas, algumas nos tocam mais que outras, ou pelas circunstâncias que criam uma maior proximidade ou por empatia simplesmente...Hoje decidi despedir-me também aqui de algumas delas e assim ficam a conhecer as caretas...



A Jihane tem 23 anos é Marroquina e vive há 4 anos sozinha em Paris sendo que Barcelona é a sua cidade de sonho, que mescla hein? Viveu comigo e é assim um espírito forte, daquelas pessoas que simplesmente não têm filtros entre o que lhes passa plo coração e a palavra, diz tudo, bom ou mau, diz. Trouxe isso à minha vida essa leveza de quem não mede demais. É apaixonada, emotiva, chora, ri, canta e nunca deixa nada por fazer, principalmente no que diz respeito à diversão. 




A Amèlie tem também 23, filha de Pai Turco e mãe Portuguesa viveu sempre em Paris e a sua vocação é o Marketing de Luxo. Nunca tinha pensado que me podia gostar tanto de alguém tão diferente. Sendo das pessoas mais ricas que alguma vez conheci é simples e humilde e ensinou-me a sê-lo. É uma moderadora. Afectuosa, divertida tem a profundidade de quem se conhece e se aceita e isso faz com que nos sintamos muito acolhidos na sua presença.




A Nicki, é Austríaca tem a mesma idade e estudou comigo neste 1º semestre, companheira de estudo e de muitas saídas partilhou esta experiência com o seu namorado Stephan que fazia Erasmus em Portugal. Ainda nos encontrámos pelo Porto nas férias de Natal. Da Nicki gosta-se por nada e por tudo, é divertida, aberta, amiga, boa conversadora...




E por fim, o Dario. O último a partir. Tem 25 anos e é de Palermo, viveu também comigo durante estes meses e foi desde sempre a pessoa mais próxima. Cozinha como só um italiano o faz, conhecido como a Máfia do nosso piso, nada lhe passa despercebido. Foi boa companhia para tudo, para festas, para o Jazz, para conversas a meio da noite. Atento e preocupado, em Barcelona encontrou-se duma forma diferente, longe dos olhares de quem sempre o conheceu descobriu-se capaz de passar de um arquitecto crítico, organizado e trabalhador a um rapaz descontraído, animado, sociável... Ao Dario há tudo para agradecer, a amizade, o carinho, as sopas para os resfriados, o bom-senso, as pastas...


E no final ficam as fotografias, as mensagens, os FB´s, as recordações todas...E um agradecimento enorme a este Deus tão criativo que se revela de formas tão diferentes e tão genuínas em cada um.



terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

classes de dibuix I & II


a evolução



os dois últimos


as últimas 2 horas


Desenhar é, no mínimo, libertador...

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

A través de la pintura i el dibuix


Ontem tive a minha primeira aula de desenho...Assim no meio deste tempo abafado e  cheio de pressões de tempo e de agenda de estudo, soube tão bem. Há muito que queria aprender, não a desenhar ou pintar muito bem mas a conseguir exprimir-me de uma forma que não a palavra, escrita ou falada, e sinto que é isso que está a acontecer, mas duma forma tão leve e solta que me sabe mesmo bem. 
No início foi estranho, ter uma pessoa a ver de perto o que fazemos intimida e eu tremia como uma vara verde, e mesmo sabendo que não estava a ser avaliada ou julgada não conseguia parar, é tão incontrolável em mim este medo de ser julgada que foi mesmo difícil ser racional. Mas lá consegui, o ar da Professora ajudou confesso, é amorosa, tranquila, cheia de reforços positivos bons para o ego... 
E assim se passaram as horas entre o carvão e o cliché da mesa com fruta. Foi uma experiência libertadora a de não pensar em nada e desenhar, calcular distâncias, observar e fazê-lo de novo e outra vez...e perceber que o que vemos é tão simples que se torna complicado reproduzir porque já sabemos além disso...

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

os meus Propósitos para este ano...



Depois de regressada à bela e agitada Barcelona os dias têm sido passados entre os trabalhos, os exames e claro está, a tese...uma realidade dura num cenário tão pouco propício. Nos primeiros dias o descontentamento era muito devo confessar, tudo me apetecia, tudo menos esta vida de estudo principalmente aqui onde somos tão poucos os que se decidem a trocar uma noite de farra por uma boa manhã de estudo. Mas o que tem de ser tem muita força, e assim se têm passado as horas, umas a render mais outras menos lá se vai tentado equilibrar a vida entre a exigência e a relatividade das coisas.

Com todo o tempo do mundo por minha conta (e nem sempre o gerindo da melhor forma)  é mais fácil encontrar espaços para Deus e para mim por isso, finalmente, tenho os 4 Propósitos para o meu ano. 
Partilho aqui as imagens e as palavras, sem grandes explicações, lançando também o desafio de que façam o mesmo, pensar linhas de fundo que podemos aprofundar para sermos cada vez mais nós mesmos. 

Porque acredito mesmo que não somos só o que manifestamos agora que tudo isto é potencial a caminho de ser concretizado e para isso é preciso decidirmos percorrer esse caminho, de crescimento pessoal, doação, dor até, (porque não?)... Somos isso, potencial à espera de ser concretizado pela nosso desejo e pela Graça de Deus (ainda que me pareça que o nosso desejo virá já ele pela Graça, enfim, escrever à medida que se pensa pressupõe caos...) entretanto aqui  deixo os meus 4 Propósitos:



Disciplina



Intimidade



Perdão



Simplicidade

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

chegou a vez dos 23


Nunca a hora é boa para se escrever. Nunca estão reunidas todas as condições para que grandes coisas se escrevam, principalmente por quem não faz de si grande. 
Hoje devo agradecer a minha vida, hoje mais que em todos os outros dias. Para mim assim faz sentido que se festeje, quando o festejo não é infértil e trás consigo oportunidades de crescimento que podem passar tão somente (e que já é tanto) pelo agradecimento.
E sim agradeço a vida a quem ma deu ainda mais que a minha mãe, agradeço a quem lhe deu a dela também. E a de todos os que me rodeiam e me ajudam a construir e a fazer caminho com o que tenho e sou, com o que têm e são. 
Hoje agradeço tudo, até a chuva e o amontoado de pessoas nas ruas… Porque hoje faz anos que recebi o maior Dom, a maior Graça, o que trás consigo tudo o resto. Hoje com toda a humildade que me é permitida comemoro esta grande ideia de Deus: ter-me criado.





escrito na noite de 17

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

ainda por cá...



Ainda por cá, é verdade. Quase um mês de mimos, pessoas, jantares, encontros a todas as refeições do dia e vou com o coração cheio, mais uns kilos (que espero deixar por lá entretanto) e muito trabalho em atraso.
Se sinto saudades? Sim, claro que sim e estou já com vontade de voltar o que é óptimo. As coisas por lá também vão mudar, os companheiros de casa e de faculdade terminam agora o semestre e a seu tempo chegarão os novos. Mas agora é que tudo começa para mim, como se até agora me estivesse apenas a instalar, agora é que tudo reúne todas as condições para o sucesso. Tão optimista e procrastinadora.
Mas soube mesmo bem este tempo de rever tudo e (quase) todos os que me são mais queridos.

Levo ainda o fruto de uma boa conversa e um novo slogan para este ano que afinal já não é "um tempo artificial" mas um "tempo extraordinário".